Dark, segredos e paradoxos
Publicado em 20/11/2018
Dark é um série alemã disponível no catálogo da Netflix, a mesma aborda tramas complexas sobre viagens no tempo e paradoxos. Ao se deliciar com seus dez episódios, o espectador pode facilmente obter como resultado um nó em seu cérebro, isso mesmo, um nó, pois Dark conta com um enredo um pouco mais complexo que o normal, mas não se preocupe, se você assim como este que escreve, possui ampla formação em filmes e séries de ficção científica e incontáveis especializações em viagem no tempo, bem como seus paradoxos, você está apto a este conteúdo Netflix.
A partir deste parágrafo, o texto pode conter “leves” spoilers, logo, cuidado! Dark se passa na cidade de Weiden na Alemanha e logo no início, os acontecimentos se mostram turbulentos com um suicídio e o desaparecimento de um jovem. Em seu decorrer, outros jovens desaparecem e os corpos de alguns destes aparecem em épocas diferentes, estranhamente respeitando um período de 33 anos entre as épocas.
Em cada uma das três épocas abordadas na séries que são: 1953, 1986 e 2019; podemos reconhecer e acompanhar os personagens no enredo principal, que gira em torno dos desaparecimentos, e de suas próprias tramas, como: um jovem que muda sua identidade (buscando uma nova vida? escondendo-se de alguém?); a vida de um policial que trai sua esposa; uma mulher que possui uma espécie de amor doentio pelo amante; uma corajosa policial, que apesar de certos abalos familiares, não se cansa de tentar desvendar os mistérios que rondam Weiden; um estranho encapuzado que parece estar sempre onde é necessário; entre outras.
Em meio ao suspense, promovido por uma trilha sonora sem igual, e uma série de mentiras e sujeiras entre os personagens e suas famílias, podemos nos deliciar com situações envolvendo o “paradoxo de bootstrap” em que informações ou objetos podem existir sem terem sido criados, como um estranho aparato construído por um relojoeiro, mas cujo relojoeiro recebeu o projeto para a construção do mesmo em outro momento no tempo. Lembro-me que o Doutor de Doctor Who, uma vez mencionou esse paradoxo, citando o exemplo de que se Shakespeare recebesse de um viajante do tempo com suas próprias obras e de fato as publicasse como suas, quem as teria escrito?
Dez episódios não foram o suficiente para revelar os segredos de Weiden, mas, com certeza deixaram expectativas para que venham novas temporadas. Além do mais, quem é Noah?