Paradoxo Nerd

Spoiler

“Spoiler em inglês, tradução espoliador, se refere ao termo Espólio ou Espoliação, termo oriundo do meio jurídico que se refere ao ato de privar alguém de algo que lhe pertence ou a que tem direito por meio de fraude ou violência; esbulho. Espoliador, ou aquele que pratica espoliação, (spoiler do inglês para aquele que estraga ou aquele que subtrai deteriorando, degradando, dilapidando ou depredando algo).”

Spoilers, spoilers everywhere

Spoilers, spoilers everywhere

Bem, a informação acima foi retirada da Wikipédia, mas ambos temos em nossa convicção ao  que a famigerada palavra corresponde, não é mesmo? Quem nunca se sentiu frustrado por estar dando uma “passeada” pelo Facebook e dar de cara com uma imagem e ou texto sobre aquela série, filme, anime, livro que acompanha, trazendo informações que você não sabia: uma morte, um reencontro e quem sabe até um final? Se você fica com vontade de entrar em uma máquina do tempo e voltar ao passado para impedir o nascimento de quem postou tal informação, não há nada de errado com você, pelo menos, na atualidade não.

Nos dias atuais, o simples compartilhamento de uma informação pode causar uma guerra nas redes sociais, até mesmo aquele spoiler de algo retrô, do tipo, “o Neo é o escolhido”, mesmo que seja de algo antigo e que todo mundo já teve tempo para ver. Mas, isso nem sempre foi assim, houve épocas em que não tínhamos todo esse acervo (Netflix e afins) em nossas mãos, em que podemos ver e rever tudo, quando e onde quisermos, desde aquele episódio ou filme que perdemos, porque fomos ao médico com a mãe e seria necessário aguardar uma reprise.

E aí? Como você partia para o próximo (caso fossem episódios), e no caso de filme, quando o veria novamente? Era difícil! Como você veria o próximo episódio de Cavaleiros do Zodíaco se perdeu o do dia anterior?

Quando este que vos escreve era criança, o spoiler não era tratado como o inimigo número 1 do nerd como nos dias de hoje, pelo contrário, foram inúmeras as vezes em que chegava na escola e me reunia com os colegas para compartilharmos uns com os outros o que vimos, isso porque alguns não puderam ver ou porque a mãe mandou ir dormir ou o pai queria ver o futebol ou o jornal, enfim, aqueles programas de adultos que não gostávamos ou ainda não gostamos (eu não gosto).

Conversávamos uns com os outros e compartilhávamos spoilers sim! Não tínhamos muitas opções, não é mesmo? É claro que alguns tinham videocassete, mas também não eram tão comuns assim e é bem diferente se ter uma central de entretenimento no próprio smartphone. Até mesmo os títulos dos episódios eram spoilers, como “Freeza perde a luta”, bastante sugestivo, não?

Quem está na casa dos 30, com certeza passou a adolescência comprando revistas do tipo Ultra Jovem, Anime Do, Comix, Herói…(ainda tenho todas as minhas), onde tinha tudo contado em detalhes, todas as sagas, guias de episódios e tudo mais que seria considerado blasfêmia atualmente.

Revistas: Ultra Jovem, Comix e Anime Do

Revistas: Ultra Jovem, Comix e Anime Do

O que em uma época lhe ajudou a não ficar perdido vendo seus programas preferidos, hoje se tornou um vilão, será uma evolução, regressão ou apenas adaptação? Acredito que estamos apenas vivendo um momento diferente com necessidades diferentes. Se podemos hoje, por conta própria ver, ouvir e viver sensações de surpresa, tristeza e emoções, sem necessidade de spoilers, então façamos isso, só não fiquemos chateados ao receber informações sobre algo que está disponível há décadas, porque tudo tem limite.

Assunto polêmico, não? Talvez tenha sido por isso que  o escolhi para a abertura do blog. Você se identificou com a vivência? Se sim, deixe um comentário, se não também ;)!